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CARLA CAFFÉ

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Carla Caffé é artista, diretora de arte e professora. Participou de importantes mostras internacionais entre elas  a Bienal  de arquitetura de Veneza 2018. Seus principais projetos realizados em cinema são entre outros:  Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, 2017) e Central do Brasil (Walter Salles, 1998). Publicou 4 livros sendo os mais recentes Era o Hotel Cambridge, arquitetura, cinema e educação edições SESC e  o livro de artista A(e)rea Paulista, publicado pela Galeria Vermelho. É reconhecida por seus projetos multidisciplinares envolvendo práticas pedagógicas.

Entrevista feita a Via Cultural 

O potencial educativo do Cinema

O Cinema de invenção, o cinema de autor continua vivo.

Conversamos sobre a produção do filme Era o Hotel Cambridge, filme de Eliane Caffé e sua direção de arte.

 

Carla mistura sempre a responsabilidade da arquiteta, a dedicação da professora educadora e a direção de arte. Ela intuiu o caminho dentro do criar horizontalmente, muito da forma como o próprio Elyseu fazia em 1970. De uma percepção construtiva, transformou a escolha do figurino, das cores, em uma atividade de auto reconhecimento e elaboração conjunta, envolvendo equipe, artistas e personagens reais da ocupação. Orquestrou a experiência pedagógica e artística com alunos do curso de arquitetura da Escola da Cidade. Essa experiência explorou todas as fronteiras e desenvolveu cenários, desenho dos figurinos e a direção de arte do filme.

O longa (uma produção Aurora Filmes) é uma ficção que se passa inteiramente dentro do edifício, um ex-hotel de luxo da década de 50 em São Paulo, que estava abandonado durante anos até que foi ocupado pelo FLM - Movimento Frente de Luta por Moradia em 2012.

Na conversa, Carla comentou a questão de como o orçamento enxuto da produção como um todo e menor ainda dedicado a direção de arte - lugar comum a arte ter sempre orçamentos menores dentro do projeto, a fez impulsionar a criatividade trazendo a escola para dentro do cinema. E de como os resultados foram incríveis, e como trouxeram uma complementaridade para todos os envolvidos. Inclusive, essa rede possibilitou uma divulgação orgânica do filme que se manteve no circuito comercial da cidade, não só em cinemas de rua como em salas de shoppings como o Frei Caneca, por mais de quatro meses.

O que me faz pensar como a sétima arte ainda é uma grande forma de educação e difusão da cultura, mesmo com tantas dificuldades que o setor atravessa hoje no nosso pais e de como devemos todos nos unir para produzir cada vez mais referências para nosso povo. 

Pensando como nossos primeiros ancestrais brasileiros, é necessário que se entenda que todos temos responsabilidade pelo que vivemos. Estamos todos juntos. Nossas crianças são as crianças da aldeia. Nossos velhos são velhos da aldeia. Somos nós em nossa essência. Devemos ter o mesmo olhar de cuidado. Só assim poderemos sair dessa realidade distópica que entramos.

A entrevista completa vocês podem ouvir no nosso Podcast.

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