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LARISSA FIGUEIREDO

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Larissa Figueiredo é cineasta e educadora. Estudou Letras na UnB; Teoria do Cinema na Université Lumière Lyon 2, na França, e Artes Visuais/Cinema na Haute Ecole d’Art et Design de Genève, na Suíça, onde teve aula com artistas como Miguel Gomes, Albert Serra e Apichatpong Weerasethakul. Larissa atuou como roteirista, diretora, produtora e montadora de diversos projetos, desde curtas, exibidos em festivais, até séries de televisão para HBO, Canal Curta!, CinebrasilTv e Canal Brasil.

Bem, Larissa tem uma leveza ao falar próprio de quem sabe que faz o que gosta e está tudo bem. Temos conversado muito nos encontros do Instituto sobre a representatividade feminina no cinema brasileiro e de uma forma geral nas artes. Larissa esteve com a gente aqui no projeto trazendo uma das videoaulas de cinema e falando sobre as possibilidades de se criar cinema na contemporaneidade.

Ela acredita em um reencantamento do mundo através do cinema. Acredita que no caminho perdemos o o encantamento. Cita Max Weber (Maximilian Karl Emil Weber - 1864-1920, que foi um intelectual, jurista e economista alemão considerado um dos fundadores da Sociologia), que em seus textos faz uma analogia histórica de como se deu uma passagem de uma série de praticas consideradas mágicas, dentro de um escopo religioso, sendo substituídas por outras, que denominou de ética protestante, uma centralidade da racionalidade e da ciência que norteou o capitalismo industrial.

Faz uma contraposição com nosso pensador Ainton Krenak 1953, Vale do Rio Doce, território do povo Krenak, jornalista, escritor, palestrante e ativista da causa indígena), que tem uma visão de ligação com a natureza, com a ancestralidade e o caráter de um pensamento mágico.

O cinema para ela tem um caráter de criação coletiva para o coletivo. E propõe uma dinâmica de resistência dentro dele, para recriar o respeito à nossa própria natureza. 

Comenta como a direção e roteiro atual no cinema pode jogar ao mundo experiências e falas para novas fronteiras de viver. Afinal o cinema, o documentário, carrega o caráter educativo. Indicamos a aula que está aqui na programação do Cinema de Invenção.

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Segue um texto que Larissa fez especialmente para você que nos lê:

"Inventar com o cinema tem sido a centralidade da minha vida há quase quinze anos. O cinema chegou para mim através da Literatura, dos estudos sobre adaptação, enquanto eu ainda era estudante de Letras na UnB. Logo, foi se transformando em muito mais do que apenas uma forma da arte, mas uma linguagem totalmente aberta, pronta para ser apropriada, destruída e reconstruída. E daí a beleza de tudo! Com o cinema, eu me descobri, antes de qualquer coisa, uma educadora. Integrando o projeto “Inventar com a Diferença”, em 2013, eu tive a oportunidade de ser mediadora em diversas instituições públicas de ensino, acompanhando educadores no processo de tomarem para si o cinema como dispositivo de partilha e de construção das subjetividades de seus estudantes. Hoje, acredito que o cinema poderia estar em qualquer lugar que se abra à possibilidade do encontro, desde o entretenimento até a clínica. É o seu caráter metamórfico de invenção que nos abre para estes tantos caminhos. Agradeço imensamente o convite para integrar esta mostra de Cinema de Invenção e de poder ter tido a oportunidade de me inventar um pouco mais enquanto cineasta e educadora, partilhando questionamentos que têm me atravessado ultimamente sobre possibilidades de criação na busca pelo re-encantamento do mundo. Em tempos sombrios, de tantas perdas em diversos âmbitos, o cinema pode ser um poderoso aliado para que não nos esqueçamos de que existimos em coletivo e em relação com nossas comunidades. Inventar cinema, como tantas e tantos mestres convidades a participarem desta mostra nos ensinam, poderia ser permitir-se mergulhar em seu próprio tempo, afetar-se pelas forças que o atravessam e devolver tudo isso transformado, recriado, re-encantado, em imagens-sons-tempos. Que saibamos sempre manter essa chama acesa!"

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